quinta-feira, 11 de abril de 2013

Força para Servir e Sacrificar-se


Após ter concluído uma série de artigos sobre as Catequeses de João Paulo II sobre o amor humano, mais conhecidas como Teologia do Corpo, minha proposta agora é trazer um pouco mais de reflexão sobre a mesma temática com uma abordagem diferente; onde basicamente, serão explorados um pouco mais a fundo as características da autêntica masculinidade e feminilidade de acordo com a antropologia proposta por João Paulo II já vistas anteriormente. E quero, de certa forma, direcionar esses artigos aos jovens que se interessem em aprender um pouco de mais sobre si mesmos. Começaremos hoje adentrando um pouco mais no universo da masculinidade.
Quando comparamos os corpos masculino e feminino, uma das mais óbvias e claras diferenças entre eles está na força física do homem que contrasta com a graça da figura feminina. A força física está sempre associada a masculinidade. E é por isso que, por exemplo, atletas profissionais são sempre reverenciados. Justamente porque eles buscam esse aperfeiçoamento físico para um melhor desempenho de suas atividades. Também os super-heróis são retratados sempre com esse mesmo perfil físico, muitas vezes fora do comum.
No entanto, se pararmos para pensar melhor, o vigor do corpo masculino aponta para uma realidade ainda mais profunda. Ele, na verdade, aponta para e revela uma força interior que o homem possui. Não que as mulheres não sejam possuidoras de tal força interior. Muito pelo contrário, mulheres têm sim uma força interior natural muitas vezes maior que a masculina, o que as faz suportar grandes tribulações com muita coragem. O ato de dar à luz, por exemplo, ilustra muito bem essa força que só a mulher tem.
Mas como dizia anteriormente, o atributo da força física masculina aponta para a realidade onde a verdadeira masculinidade requer uma força interior. E que força interior é essa? São as várias virtudes, tais como, convicção, decisão, iniciativa, perseverança, coragem. Essas entre outras virtudes, definem um homem melhor do que qualquer outra coisa. De fato, é lamentável às vezes encontrarmos homens que se preocupam tanto com a boa forma física, mas parecem tão desprovidos de outras virtudes essencialmente masculinas.
Hoje em dia os atributos físicos são muito valorizados, mas esse valor é superficial. Se um homem não possui uma força interior ele vive, na verdade, uma contradição com o verdadeiro significado do 'ser homem'. Pensemos numa guerra, por exemplo. O valor de um soldado só é revelado sob a pressão de uma batalha. Porque, basicamente, nessa situação não prevalece a força física, mas a interior. Nestas horas os fisicamente mais fortes tremem e os mais humildes e inexpressivos acabam por demonstrar grande coragem e valor.
Dito isto, já podemos perceber que a verdadeira masculinidade está baseada em grandes virtudes. E essas virtudes, geralmente levam o homem a desejar fazer o que é nobre e valoroso. Mas nem sempre essas intenções são puras como podemos achar que são. Nossa mente, nossas vontades, nosso coração, precisam ser moldados de acordo com um modelo existente de masculinidade. E esse modelo tem um nome: Jesus Cristo.
Deus, ao encarnar-se, assumiu uma natureza humana e um corpo humano. E pelo fato de ter assumido um corpo masculino, temos a oportunidade de ver o plano divino para a masculinidade através de Jesus Cristo. E nesse ponto, Jesus Cristo nos ensina, através de sua vida, que a essência da masculinidade está na capacidade de 'sacrificar-se para salvar os outros'. Nisso, Jesus é o modelo de masculinidade para todo homem. Em outras palavras, todo homem (masculino) é chamado a fazer sacrifícios para o bem dos outros, e não para exigir sacrifícios de outros para o seu próprio benefício. O oposto a tudo isso é o homem dominador que não liga para o bem dos outros, mas só procura dominar o outro, principalmente o sexo oposto. Nisso, Jesus nos ensina que "maior amor não há do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,13). Ou ainda, São Paulo nos lembra que os 'maridos devem amar suas esposas assim como Cristo amou a Igreja e  entregou sua vida por ela' (cf. Ef 5,25). Portanto, todo homem que tomar esse modelo de masculinidade em Cristo para sua vida entenderá que o verdadeiro amor por alguém, e principalmente pelo sexo feminino, será de auto-entrega, doação e serviço. Um amor que é capaz de fazer sacrifícios e de doar a vida, se assim for preciso.

Pe. Idamor da Mota Jr.