quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Nota da Congregação para a Doutrina da Fé Sobre o Preservativo


Nota da Congregação para a Doutrina da Fé
Sobre a banalização da sexualidade

A propósito de algumas leituras de «Luz do mundo»

Por ocasião da publicação do livro-entrevista de Bento XVI, «Luz do Mundo», foram difundidas diversas interpretações não correctas, que geraram confusão sobre a posição da Igreja Católica quanto a algumas questões de moral sexual. Não raro, o pensamento do Papa foi instrumentalizado para fins e interesses alheios ao sentido das suas palavras, que aparece evidente se se lerem inteiramente os capítulos onde se alude à sexualidade humana. O interesse do Santo Padre é claro: reencontrar a grandeza do projecto de Deus sobre a sexualidade, evitando a banalização hoje generalizada da mesma.

Algumas interpretações apresentaram as palavras do Papa como afirmações em contraste com a tradição moral da Igreja; hipótese esta, que alguns saudaram como uma viragem positiva, e outros receberam com preocupação, como se se tratasse de uma ruptura com a doutrina sobre a contracepção e com a atitude eclesial na luta contra o HIV-SIDA. Na realidade, as palavras do Papa, que aludem de modo particular a um comportamento gravemente desordenado como é a prostituição (cf. «Luce del mondo», 1.ª reimpressão, Novembro de 2010, p. 170-171), não constituem uma alteração da doutrina moral nem da praxis pastoral da Igreja.

Como resulta da leitura da página em questão, o Santo Padre não fala da moral conjugal, nem sequer da norma moral sobre a contracepção. Esta norma, tradicional na Igreja, foi retomada em termos bem precisos por Paulo VI no n.º 14 da Encíclica Humanae vitae, quando escreveu que «se exclui qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação». A ideia de que se possa deduzir das palavras de Bento XVI que seja lícito, em alguns casos, recorrer ao uso do preservativo para evitar uma gravidez não desejada é totalmente arbitrária e não corresponde às suas palavras nem ao seu pensamento. Pelo contrário, a este respeito, o Papa propõe caminhos que se podem, humana e eticamente, percorrer e em favor dos quais os pastores são chamados a fazer «mais e melhor» («Luce del mondo», p. 206), ou seja, aqueles que respeitam integralmente o nexo indivisível dos dois significados - união e procriação - inerentes a cada acto conjugal, por meio do eventual recurso aos métodos de regulação natural da fecundidade tendo em vista uma procriação responsável.

Passando à página em questão, nela o Santo Padre refere-se ao caso completamente diverso da prostituição, comportamento que a moral cristã desde sempre considerou gravemente imoral (cf. Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, n.º 27; Catecismo da Igreja Católica, n.º 2355). A recomendação de toda a tradição cristã - e não só dela - relativamente à prostituição pode resumir-se nas palavras de São Paulo: «Fugi da imoralidade» (1 Cor 6, 18). Por isso a prostituição há-de ser combatida, e os entes assistenciais da Igreja, da sociedade civil e do Estado devem trabalhar por libertar as pessoas envolvidas.

A este respeito, é preciso assinalar que a situação que se criou por causa da actual difusão do HIV-SIDA em muitas áreas do mundo tornou o problema da prostituição ainda mais dramático. Quem sabe que está infectado pelo HIV e, por conseguinte, pode transmitir a infecção, para além do pecado grave contra o sexto mandamento comete um também contra o quinto, porque conscientemente põe em sério risco a vida de outra pessoa, com repercussões ainda na saúde pública. A propósito, o Santo Padre afirma claramente que os preservativos não constituem «a solução autêntica e moral» do problema do HIV-SIDA e afirma também que «concentrar-se só no preservativo significa banalizar a sexualidade», porque não se quer enfrentar o desregramento humano que está na base da transmissão da pandemia. Além disso é inegável que quem recorre ao preservativo para diminuir o risco na vida de outra pessoa pretende reduzir o mal inerente ao seu agir errado. Neste sentido, o Santo Padre assinala que o recurso ao preservativo, «com a intenção de diminuir o perigo de contágio, pode entretanto representar um primeiro passo na estrada que leva a uma sexualidade vivida diversamente, uma sexualidade mais humana». Trata-se de uma observação totalmente compatível com a outra afirmação do Papa: «Este não é o modo verdadeiro e próprio de enfrentar o mal do HIV».

Alguns interpretaram as palavras de Bento XVI, recorrendo à teoria do chamado «mal menor». Todavia esta teoria é susceptível de interpretações desorientadoras de matriz proporcionalista (cf. João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor, nn.os 75-77). Toda a acção que pelo seu objecto seja um mal, ainda que um mal menor, não pode ser licitamente querida. O Santo Padre não disse que a prostituição valendo-se do preservativo pode ser licitamente escolhida como mal menor, como alguém sustentou. A Igreja ensina que a prostituição é imoral e deve ser combatida. Se alguém, apesar disso, pratica a prostituição mas, porque se encontra também infectado pelo HIV, esforça-se por diminuir o perigo de contágio inclusive mediante o recurso ao preservativo, isto pode constituir um primeiro passo no respeito pela vida dos outros, embora a malícia da prostituição permaneça em toda a sua gravidade. Estas ponderações estão na linha de quanto a tradição teológico-moral da Igreja defendeu mesmo no passado.

Em conclusão, na luta contra o HIV-SIDA, os membros e as instituições da Igreja Católica saibam que é preciso acompanhar as pessoas, curando os doentes e formando a todos para que possam viver a abstinência antes do matrimónio e a fidelidade dentro do pacto conjugal. A este respeito, é preciso também denunciar os comportamentos que banalizam a sexualidade, porque - como diz o Papa - são eles precisamente que representam a perigosa razão pela qual muitas pessoas deixaram de ver na sexualidade a expressão do seu amor. «Por isso, também a luta contra a banalização da sexualidade é parte do grande esforço a fazer para que a sexualidade seja avaliada positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade» («Luce del mondo», p. 170).

(Versão portuguesa distribuída pela Congregação para a Doutrina da Fé)

Psicóloga fala da vida sexual antes do casamento

A psicóloga Elaine Ribeiro comenta estudo realizado pela Universidade americana Brigham Young que demonstrou que castidade antes do casamento está associada com melhores resultados no relacionamento. 


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma Notícia Chocante


 
Prof. Felipe Aquino (Agosto 19, 2010)

O governo da região da Lombardia, na Itália, anunciou que dará 4500 euros às mulheres grávidas para que não abortem; para obter esse “benefício” deverão apresentar uma solicitação de aborto motivado por problemas econômicos em um hospital ou um consultório familiar. Neste caso a mulher receberá 250 euros mensais durante um ano e meio. Para isso, estabeleceu-se um fundo de cinco milhões de euros.

Antes o aborto era proibido simplesmente, por destruir uma vida humana inocente e indefesa; depois passou a ser legal; agora, deve ser comprada por uma quantia de dinheiro. Certamente não faltará alguma mulher que procure ficar grávida para apenas faturar essa quantia. A que ponto de desvalorização e desrespeito se chegou com a vida humana “imagem e semelhança” de Deus!

Mas onde estão as causas mais profundas dessa medida tão assustadora?

Entre outras coisas esta notícia mostra o desespero a que estão chegando os governantes e economistas europeus em face do drástico controle da natalidade que a Europa e o mundo se impõem. A Itália tem um índice de natalidade de apenas 1,3 filhos por mulher, quando o necessário para manter o número de habitantes, é no mínimo 2,1 filhos por mulher. Nenhum país hoje da Europa tem este número mínimo de filhos por mulher; o que significa que as populações das nações européias começam a diminuir drasticamente, com sérias conseqüências econômicas.

O cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), durante a abertura, no Vaticano, da Assembléia Plenária dos bispos italianos, realizada em maio alertou a nação sobre o “lento suicídio demográfico ao qual a Itália está se dirigindo”. Mais de 50% das famílias italianas atuais não têm filhos, e entre as que têm, quase metade tem somente um e o restante, dois. Só 5,1% das famílias têm três ou mais filhos. Este dado nos ajuda a entender o desespero do governo italiano (31 de maio de 2010 - ZENIT.org).
Estive em viagem pela Itália, quando da peregrinação para ver o Santo Sudário em Turim (maio de 2010), e pudemos visitar várias cidades italianas como Gênova, Pisa, Pádua, Veneza, Roma, Turim, Milão, etc. O que pudemos notar de mais nítido desta vez? A grande quantidade de africanos, em todas essas cidades. Notei isso em todas as cidades italianas. Isso mostra que a imigração cresce em direção à Europa em parte porque falta mão de obra para o trabalho.

Num cenário deste tipo, onde nascem poucas crianças, e os idosos vivem mais de 70 anos, o número de jovens diminui, não há braços fortes para trabalhar e para pagar a Previdencia social que tem de manter as aposentadorias para os idosos, pagar os hospitais, etc. Esta é a grande preocupação dos economistas hoje em muitas nações.

Os idosos além de não poder trabalhar, gastam muitas vezes mais em saúde do que os jovens. E quem vai pagar esta conta? Por conta disso alguns países já aprovaram a eutanásia (Holanda, Bélgica, Luxemburgo), e assim podem eliminar os velhos cujas vidas “já não vale a pena ser mantidas” com altos custos. Já são cerca de 4000 eutanasiados na Holanda por ano. É o “prêmio” que recebem da nação aqueles idosos que deram a sua vida e o seu trabalho em função dela. Não é à toa que alguns velhinhos estão deixando os asilos da Holanda e Bélgica e se refugiando nos asilos alemães, porque ai não há a eutanásia.

Na sua última Encíclica, “Caritas in veritate”, o Papa Bento XVI deixou claro que o controle da natalidade não é fator de desenvolvimento. Vale a pena reler o que ele disse sobre este assunto:

“Considerar o aumento da população como a primeira causa do subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista econômico.” (n. 44)

“A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento. Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e energias necessárias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem.” (n. 28)

“Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente econômico.” (n. 35).

Nenhum economista consegue provar que o controle da natalidade ajuda o desenvolvimento; mas muitos provam o contrário. O dois países que mais se desenvolvem hoje são os de maior população: China e Índia. Enquanto o Japão tem cerca de 330 pessoas/kilometro quadrado, a América Latina tem em média apenas 20. E todos sabemos que lá há muito menos miséria, analfabetismo, falta de escolas, hospitais, casas, do que aqui entre nós. E o Japão está fazendo campanha para aumentar a população.

O nosso Brasil infelizmente está indo na mesma direção da Europa e da Itália; mesmo sendo um país pouco habitado (20 pessoas/km quadrado) a nossa taxa de fertilidade já está em 2,0 filhos por mulher, ou menos, o que significa que a população brasileira dentro de poucos anos começará a diminuir, drasticamente. E, como a população mais idosa aumenta, e com ela o número de aposentadorias, é claro que a Previdência social terá seriíssimos problemas também aqui, o que já se faz notar.

A Igreja não se cansa de alertar o mundo para esse problema; ela está sempre do lado da defesa da vida, como disse João Paulo II: “Não tenham medo da vida”. A lógica de Deus é esta: ”o filho é sempre uma bênção!”. Como disse o salmista:
“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade” (Sl 126/127, 2-4).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Uma Questão de Saúde Pública?

Dom Aloísio Roque Oppermann – Arcebispo de Uberaba, MG

Joga-se muito com a desatenção do povo, ou até com sua suposta ignorância. O presidente Lula, em que pese sua promessa nebulosa aos Bispos em 2005, é decididamente a favor do aborto. Acompanham-no nesta sua postura, o  ministro da saúde, e é claro, sua presumida sucessora Dilma. Esta, para encantar o eleitorado católico, chegou a visitar oficialmente o Papa (sem ter convicção pessoal). O efeito foi conquistar os votos de clérigos, invadindo até seu  primeiro escalão. A vitória se delineia fácil, e por isso não se vê necessidade de ocultar coisa nenhuma. Tudo é dito às claras. A resistência ao secularismo governamental é nula. É uma submissão geral.  Os princípios cristãos que ainda vigem em nossa vida pública, deverão se retirar para a diáspora das consciências. Na frente de ouvintes qualificados Lula afirmou que a introdução da lei do aborto, “é uma questão de saúde pública em nosso país”. Lembramos o salmo: “Lembra-te do povo que redimiste como tua herança” (Sl 74,2).
É bom saber que existe muita manipulação de estatísticas, ao se falar sobre a taxa anual de abortos. Sobretudo são falsas as notícias sobre o número de mulheres mortas em decorrência de “abortos inseguros”. Segundo informações do DATASUS (2006), o número de mortes maternas  em decorrência dessa prática, nunca passou de 163 por ano.(Ver “Faça alguma coisa pela vida” N. 96) Por isso diz-se falsamente que a legalização, “evitaria milhões de mortes maternas”. Uma vez que o governo faz apologia da interrupção da gravidez, por qualquer motivo, as grandes redes de TV precisam entrar nessa linha. Caso contrário perdem as ricas inserções de propaganda do poder público. Sem as benesses do governo até a Globo fecha. Por isso, mais do que rapidamente, foi introduzida a  novela “Passione”, que procura fazer a cabeça do povo, a mando do governo. Vamos supor, por um exagero de fantasia, que o governo declarasse que o assalto às residências deve ser assunto de “saúde  pública”. Para tal efeito se publicariam estatísticas incrementadas de mortes de assaltantes, cujas investidas estariam sendo  feitas em condições inseguras. Para completar a hílare situação, o governo proporia legalizar o assalto, para que todo cidadão, rico ou pobre, pudesse realizar  um assalto seguro. Essa é a conversa que os líderes da nação fazem ao falar de aborto.
http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-aloisio-roque-oppermann/3961-uma-questao-de-saude-publica

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Situação da Igreja: Uma Ameaça, Uma Chance

Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju.
Ter, 09 de Fevereiro de 2010

Recente estudo, apresentado na PUC de São Paulo, dá conta que a cada ano, no Brasil, a Igreja católica perde 1% de seus fiéis. Há gente muitíssimo preocupada com isso. É bom mesmo! Gostaria de partilhar com você, caro Visitante, alguns pensamentos sobre esta realidade.

(1) É necessário, antes de tudo, compreender que parte deste fenômeno é típico de nossa época e, neste sentido, não podemos fazer nada para detê-lo. Pela primeira vez na história humana a população mundial é preponderantemente urbana, vivendo num intenso processo de massificação, desenraizamento cultural e despersonalização, pressionada por uma gama desumanizante de informação. Os meios de comunicação, com sua incrível força de penetração, e o excesso de idéias em circulação desestabilizam os valores das pessoas e das sociedades de modo nunca antes imaginado. Esse fenômeno faz com que se perca o sentido e o valor da tradição. Não faz muito tempo, cada pessoa era situada em relação à sua família à sua comunidade. O indivíduo sabia quem era, de onde vinha, quais seus valores, qual seu universo existencial… Agora, isso acabou: cada um se sente só, numa corrida louca para ser feliz a qualquer custo, iludido, pensando que os valores dos antepassados e do seu grupo só são valores se interessarem a si próprio, individualmente: é verdade o que é verdade para mim; é bom o que realiza meus desejos e expectativas; cada um é a medida do bem e do mal. É triste, mas cada pessoa acha que tem o direito e o dever de começar do zero e “redescobrir a roda”, de fabricar sua receita de felicidade, determinando de modo autônomo o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que não é. Isto é pura loucura, mas é assim! E lá vamos nós, gritando: “Eu tenho o direito de ser feliz; a vida é minha e faço como eu quero. Eu decido o que é certo e o que é errado…”

(2) No tocante à religião, o homem da sociedade consumista e hedonista do Ocidente não está à procura da Verdade, mas sim do bem-estar. A sociedade ocidental já não crê que se possa atingir a Verdade e viver na Verdade. Agora há somente a vardadezinha de cada um, feita sob medida: é “verdade para mim” o que me faz sentir bem, o que resolve minhas necessidades imediatas. Religião não é mais questão de aderir à Verdade que dá sentido à existência, mas sim de entrar num grupo que resolva meus problemas afetivos, emocionais, de saúde e até materiais… Religião não é um modo de servir a Deus e nele me encontrar, mas um modo de me servir de Deus para resolver minhas coisas… Como diz o Edir Macedo, a Bíblia é uma ferramenta para se conseguir aquilo que se quer! Vivam RR Soares, Edir Macedo e companhia…

(3) A urbanização violenta e massificante faz com que as pessoas busquem refúgio em pequenos grupos que lhes proporcionem aconchego e segurança. Por isso as seitas atraem tanto: elas criam um diferencial entre mim e o mundo cão; dão-me a sensação de estar livre do monstro da desumanização, do anonimato, da nadificação…
Veja bem, meu Leitor, que contra esta realidade a Igreja não pode fazer muito. A multidão continuará presa das idéias desvairadas dos meios de comunicação; a busca do bem-estar egoístico continuará fazendo as pessoas buscarem a religião como um refúgio e um pronto socorro e, finalmente, a busca de se sentir alguém, fará as pessoas procurarem pequenos grupos nos quais se sintam acolhidas e valorizadas.

Mas, por que este fenômeno atinge sobretudo os católicos? Por vários motivos:

a) Somos a massa da população brasileira e não temos como dar assistência pastoral personalizada a todos os fiéis. Isso seria praticamente impossível, mesmo que tivéssemos o triplo do número de padres e agentes de pastoral…

b) Historicamente, nossa catequese deixou muito a desejar e nas últimas décadas piorou muito: é uma catequese de idéias vagas, mais ideológica que propositiva, ambígua, que não tem coragem de apresentar a fé com todas as letras, sua simplicidade, clareza, concisão e pureza… Ao invés, apresenta a opinião deste ou daquele teólogo… Assim, troca-se a clareza e simplicidade da fé católica (como o Catecismo a apresenta) por complicadas e inseguras explicações, fazendo a fé parecer uma questão de opinião e não uma certeza que vem de Deus; algo acessível a especialistas letrados e não aos simples mortais. Céu, inferno, anjos, diabo, purgatório, valor da missa, doutrina moral – cada padre diz uma coisa, cada um acha que pode construir sua verdade… Tudo tende a ser relativizado… Uma religião assim não segura ninguém e não atrai ninguém. Religião é espaço de experimentar a certeza que vem de Deus, não as dúvidas e vacilações dos tateamentos das opiniões humanas. É preciso que as opiniões cedam lugar à certeza da fé da Igreja!

c) No Brasil há, desde os anos setenta, uma verdadeira anarquia litúrgica, ferindo de morte o núcleo da fé da Igreja. Bagunçou-se de tal modo a liturgia, inventou-se tanta moda, fez-se tanta arbitrariedade, que as pessoas saem da missa mais vazias que o que entraram. A missa virou o show do padre ou o show “criativo e maravilhoso” da comunidade. A missa tornou-se auto-celebração… Mas, as pessoas não querem show, criatividade nem bom-mocismo; as pessoas querem encontrar Deus nos ritos sagrados! Hoje, infelizmente, celebra-se com mais respeito e seriedade um culto protestante ou um toque da umbanda que uma missa católica! No culto não se inventa, na umbanda não se inventa; na liturgia da Igreja do Brasil, o clero se sente no direito absurdo de inventar! Isso é um gravíssimo abuso e uma tirania sobre a fé do povo de Deus! É muita invenção, é muita criatividade fajuta. Bastaria abrir o missal e celebrar com devoção e unção, cumprindo as normas litúrgicas…

d) A Igreja no Brasil, em nome de uma preocupação com o social (que em si é necessária e legítima) descuidou dos valores propriamente religiosos e muitas vezes fez pouco da religiosidade popular (quantas vezes se negou uma bênção, uma oração de cura, a administração de um sacramento, uma procissão com a presença do padre, o valor de uma novena e de uma romaria…). Ora, hoje o mercado de religião é diversificado: se o padre não sabe falar de Deus, o pastor sabe; se na homilia não se prega a palavra, mas se a instrumentaliza política e ideologicamente, o pastor prega a palavra; se o padre não dá uma bênção, o pastor dá… Infelizmente, às vezes, tem-se a impressão que a Igreja é uma grande ONG, preocupada com um monte de coisas e não muito atenta a pregar Jesus Cristo e a sua salvação… Não se vê muito nossos padres e freiras apaixonados por Cristo e pelo Evangelho. Fala-se muito em valores do Reino, compromisso cristão, etc… Isso não encanta! Quem encanta, atrai, comove, converte e dá sentido a vida é uma Pessoa: Jesus Cristo!

e) Outra triste realidade é o processo de dessacralização. Parece que o clero e os religiosos perderam o sentido do sagrado. Adeus ao hábito religioso, adeus à batina, adeus ao ckergyman, adeus à oração fiel e obediente da Liturgia das Horas, adeus ao terço diário (”para que terço?”), adeus ao ethos, isto é, àquele conjunto de realidades, de modo de ser e de viver que fazia com que o povo reconhecesse o padre como padre, o religioso como religioso, a freira como freira. Parece que se faz questão de transgredir, de chocar, de desnortear a expectativa do povo, de negar a identidade… Hoje tudo é ideologizado: a pobreza é “espiritual” e não real, material, concreta; assim também a obediência, a vida mística, a penitência e a mortificação e, muitas vezes, os votos e compromissos… Tem-se, portanto, uma religião cerebral e não encarnada na carne da vida, da existência concreta material… E nada mais anti-cristão que um cristianismo cerebral…

f) Nossas comunidades são meio frias; nossos padres não têm muito tempo. Não temos leigos capacitados para uma pastoral da acolhida, que faça com que nossas igrejas estejam abertas e tenham pessoas para ouvir, aconselhar, consolar… Infelizmente, ainda que não queiramos, às vezes a Igreja parece uma grande repartição pública e impessoal… A paróquia somente terá futuro como cadeia de comunidades vivas e aconchegantes, nas quais se façam efetivamente a experiência da proximidade de Deus e dos irmãos…

g) As homilias em nossas missas são chatas e moralizantes: só dizem que devemos ser bonzinhos, justos, honestos… A homilia deveria ser anúncio alegre da Palavra que comunica Jesus e sua salvação, tal como a Igreja sempre creu, celebrou e anunciou. A homilia deve ainda ser fruto de uma experiência de Deus; somente assim reflete um testemunho e não um exercício de propaganda. A fé que devemos anunciar é a fé da Igreja, não nossas teorias e nossas idéias estapafúrdias… Isso desnorteia e destrói a fé do povo de Deus. Por que alguém seria católico se nem os ministros da Igreja acreditam realmente na sua doutrina e na sua moral? Os padres nisso têm uma imensa responsabilidade e uma imensa parcela de culpa!

Sinceramente, penso que o número de católicos diminuirá mais e drasticamente. Mas, não devemos nos assustar. Veja, caro Visitante, e pense:

1. O cristianismo nunca deveria ser uma religião de massa. A fé cristã deve nascer de um encontro pessoal e envolvente com Cristo Jesus. Somente aí é que eu posso abraçar o ser cristão com todas as suas exigências de fé e de moral. Nós estamos vendo o fim do cristianismo de massa, que começou com o Edito de Milão, em 313 e com o batismo de Clóvis, rei dos francos e de todo o seu povo, na Alta Idade Média. No Brasil, esse cristianismo de massa começou com a colonização e o sistema do padroado. Aí, ser brasileiro e ser católico eram a mesma coisa. Ora, será que pode mesmo haver conversão de massa no cristianismo?

2. A Igreja voltará a ser um pequeno rebanho, presente em todo o mundo, mas com cristãos de tal modo comprometidos com o Evangelho, de tal modo empolgados com Cristo, de tal modo formando comunidades de vida, oração, fé e amor fraterno, que serão um sinal, uma luz, uma opção de vida para todos os povos da terra. Era isso que os Padres da Igreja desejavam: não que todos fossem cristãos a qualquer custo, mas que os cristãos fossem, a qualquer custo, cristãos de verdade, sal da terra e luz do mundo, entusiasmados por Cristo e por sua Igreja católica.

3. O fato de sermos minoria e mais coerentes com o Evangelho, nos fará diferentes do mundo e redescobriremos a novidade e singularidade do ser cristão. Isso nos fará atraentes para aqueles que buscam com sinceridade a Luz e a Verdade. Por isso mesmo, a Igreja não deve cair em falsas soluções de um cristianismo frouxo e agradável ao mundo, de uma moral ao sabor da moda, de um ecumenismo compreendido de modo torto e de um diálogo religioso que coloque Cristo no mesmo nível das outras tradições religiosas. Ecumenismo e diálogo religioso sim, mas de acordo com a fé católica! O remédio para a crise atual e o único verdadeiro futuro da Igreja é a fidelidade total e radical a Cristo, expressa na adesão total à fé católica.

4. É imprescindível também melhorar e muito a formação dos nossos padres e religiosos. Como está, está ruim. Precisamos de padres com modos de padres e religiosos com modos de religiosos; precisamos de padres e religiosos bem formados humana, afetiva, teológica e moralmente. O padre e o religioso são pessoas públicas e devem honrar a imagem da Igreja e o nome de cristãos; devem saber portar-se ante o mundo, as autoridades e a sociedade. Nisso tem havido grave deficiência no clero e nos religiosos do Brasil…

É importante perceber que, apesar de diminuir o número de católicos, nunca as comunidades católicas foram tão vivas, nunca os leigos participaram tanto, nunca se sentiram tão Igreja, nunca houve tantas vocações. Muitas vezes, os leigos são até mais fervorosos e radicais (no bom sentido) que padres e religiosos. A Igreja está viva, a Igreja é jovem, a Igreja continua encantada por Cristo! O clero e os religiosos deveriam deixar de lado as ideologias, as teorias pouco cristãs e nada católicas defendidas em tantos cursos de teologia e livros muito doutos e pouco fiéis, e serem mais atentos ao clamor do povo de Deus e aos sinais dos tempos – sinais de verdade, que estão aí para quem quiser ver, e não os inventados por uma teologia ideologizada de esquerda! Além disso, é necessário considerar que a Igreja não é nossa: é de Cristo. Ele a está conduzindo, a está purificando, a está levando onde ele sabe ser o melhor para que seu testemunho seja mais límpido, coerente e puro. Nós temos os nossos caminhos, Deus tem os dele; temos os nossos planos e modos que, nem sempre, coincidem com os do Senhor. Pois bem, façamos a nossa parte. Deus fará o resto!
Isso é o que eu penso, sinceramente, e com todo o meu coração.

http://www.domhenrique.com.br/index.php/analises/795-a-situacao-da-igreja-uma-ameaca-uma-chance

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Onde é que a Família Falha


(Artigo Publicado pelo Jornal Voz de Nazaré) 
Por: Lúcia Abreu (lmt@oi.com.br)
(A autora é psicóloga com Especialização em Terapia de Casal e Familiar.)

Uma pergunta frequente neste momento de muita mudança, de muita dúvida com relação aos valores, é como está se saindo a família na educação dos seus filhos; o que está marcando a relação dos pais com suas crianças e adolescentes. Preocupações com a possibilidade de que os filhos se envolvam com drogas, promiscuidade sexual e que os filhos não estejam preparados para a competição profissional no futuro fazem parte da rotina dos pais.

Como contrapeso ao medo de que os filhos fujam ao controle dos pais, vêm os planos, as expectativas de sucesso. Há pais capazes dos maiores sacrifícios, para manter os filhos em escolas “fortes” que lhes garantam a entrada em uma faculdade. Em função das expectativas dos pais a criança, às vezes, não tem nem tempo para brincar. Porque passa o dia entre a escola, a aula de reforço, a aula de computação e por aí a fora.

Preencher de maneira “útil” o tempo das crianças apazigua o temor dos pais de que elas fiquem “vagabundas”, irresponsáveis se deixadas por conta própria. De que, ao chegar à fase adulta, não cultivem nenhum interesse e não venham a ser bem sucedidas profissionalmente. Em tudo isso não vai nenhuma crítica aos pais, cuja tarefa de educadores hoje é dificultada pelo conflito de valores em que vivemos, e por um consumismo cada vez mais exigente. Só que eles ficariam mais tranquilos se considerassem que o jovem entra no círculo da droga quando lhe é mais fácil apropriar-se dos valores do grupo que o induz a consumi-las do que apropriar-se dos valores que a família lhe oferece. É só quando a família não tem força de atração para lhe passar seus valores que os valores do outro grupo ficam mais atraentes.

Onde a família falha?Por exemplo, na atribuição de responsabilidades que dêem ao filho o sentido de seu próprio valor. Pouquíssimas crianças e jovens têm responsabilidades em casa; pouquíssimos são vistos, no contexto familiar, como indivíduos com alguma contribuição a dar na vida da família. Desde pequena, a criança se acostuma a ser servida o tempo todo, a contar com uma mãe que se esfalfa levando os filhos de uma atividade para outra, enquanto o pai arca com o custo enorme dessas atividades. Ela, a criança, parece existir só para ser servida. Sua única obrigação é tirar boas notas na escola e sair-se bem nas demais atividades fora de casa. Muitos dos que enfrentaram dificuldades econômicas na infância e na adolescência, empenhados em dar uma vida melhor aos filhos, só lhe pedem uma coisa: que estudem. Eles não levam em conta que são as trocas - quando também fazem a sua parte no cuidado da casa, dos outros irmãos, do que é de todos - que começam a preparar os filhos para a vida.

Por que é que em nossa sociedade existe uma crise da adolescência? Um dos motivos é porque o adolescente ainda não tem idéia de qual poderia ser sua função social. Esse processo começa em casa, num contexto em que todos têm o que dar e receber, em que todos têm condições de cuidar e ser cuidados.

Por falta dessa base, porque não houve um treino adequado de dar e receber desde a infância, a adolescência muitas vezes se prolonga além da conta em nossa sociedade. O indivíduo já adulto continua achando que merece uma série de regalias, de privilégios, sem precisar dar nada em troca. O que, na realidade, revela um grande medo de assumir a própria vida.

O Mistério de Deus nas Pessoas que Sofrem



Por Franco Previte (Publicado por Zenit)

Em 13 de maio de 1992, O Santo Padre João Paulo II instituiu o “Dia Mundial do Doente”, a ser lembrado em 11 de fevereiro de cada ano, dia da Beata Virgem Maria de Lourdes.
O objetivo desta iniciativa era sensibilizar o cristão e a sociedade leiga para a necessidade de dar aos enfermos uma assistência adequada.
Papa Wojtyla queria dar a compreender que sua tarefa era a de estarem sempre próximos daqueles que sofrem, seguindo o exemplo de Maria, Mãe de Jesus, ao pé da cruz.
Em nossos dias, muitos se questionam a validade da idéia de cada homem ser imagem e semelhança de Deus, mas é preciso nos aprofundar, por meio da razão e da ciência iluminadas pela fé, nesse misterioso reflexo de Deus naqueles que sofrem. 
Há muito tempo somos confrontados por uma cultura superficial que subtrai à razão o porquê se do sofrimento e da morte, e é necessário afrontar com a lógica as motivações que cada pessoa porta em sua consciência, enquanto aumenta o permissivismo desenfreado e aberrante que dilacera, mortifica e modifica a dimensão ética da vida.
Em uma sociedade complexa como a nossa, é importante que nos perguntemos quem é nosso próximo.
Nosso próximo é quem está ao nosso lado em nossa vida cotidiana, aquele com quem cruzamos pelas ruas de nossa cidade, mas também principalmente aquele que sofre e não pode contar com solidariedade.
É o caso de mencionar o que ocorre nas enfermarias italianas, onde os pacientes por vezes são dispensados sem uma adequada proteção alternativa, porque o orçamento disponibilizado para o tratamento daquele doente é insuficiente.
É como se dissesse: “está velho, e já não deve viver!” – isto é eutanásia!
Em casos assim, são violados direitos fundamentais da pessoa, e constituem autêntica omissão de socorro, um crime previsto em lei.
Diante dos ensinamentos do Magistério da Igreja, da Mensagem do Papa para o 18º Dia Mundial do Doente que se celebra hoje, e diante das graves considerações que mencionei brevemente, urge remover e resolver os problemas de caráter social a que estão submetidas tantas famílias, pois a família constitui o motor universal da sociedade civil, e seus membros, em qualquer condição de saúde, devem ter acesso a uma efetiva e duradoura assistência de saúde, conforme garante a Constituição italiana.
É necessário tomar consciência do significado do sofrimento, lembrado todos os anos em cada Dia Mundial do Doente.
Gostaria de concluir com as sábias e pertinentes palavras do Papa Ratzingher em sua Mensagem de 3 de dezembro de 2009: “no atual momento histórico-cultural, faz-se ainda mais importante uma presença eclesial atenta e capilar junto aos doentes”, “na tutela da vida humana em todas as suas fases, desde sua concepção até seu fim natural”.

* Franco Previte é presidente do Cristiani per servire (http://digilander.libero.it/cristianiperservire)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Definição do amor humano

Definição do amor humano
Fala-se hoje em dia muito de amores e, mais concretamente, de uniões sentimentais, mas muito pouco de amor, o que suscita uma grande confusão. A qualquer relação superficial e passageira damos-lhe o nome de «amor». Uma das formas mais representativas do amor é a que se pratica entre o homem e a mulher. A análise desse encontro, seus labirintos, as brechas por onde se deixa entrever, oferecem-nos uma série sucessiva de paisagens psicológicas muito interessantes, que ilustram o que é e em que consiste realmente o amor, já que falamos dele sem grande propriedade.
Há que voltar a descobrir o seu verdadeiro sentido, ainda que seja uma questão impopular e difícil de conseguir. Há que recuperar o termo no seu sentido teórico e prático, voltar a incluí-lo na nossa vida.
Em resumo: restituir-lhe a sua profundidade e o seu mistério. Esta é a tarefa deste capítulo e a primeira questão consiste em identificar e distinguir amor e sexo. Geralmente, em muitas relações sexuais há de tudo, menos amor autêntico, por mais que lhe apliquemos esse qualificativo; na realidade é paixão, pelo que desde logo não é amor. É claro que num mundo em crise de valores como é o nosso tudo vale, tudo é tolerável, admitimos qualquer coisa, concretamente no que se refere ao pensamento e às ideias.
O amor humano é um sentimento de aprovação e afirmação do outro, pelo qual a nossa vida adquire um novo sentido de busca e desejo de estar junto com a outra pessoa. Entre a atracção inicial e enamoramento há um grande caminho a percorrer; uns ficam a meio do trajecto; outros, prosperam e alcançam esse desejar estar junto ao outro, uma das características que definem o amor.
O que é amar alguém? O que significa? Amar outra pessoa é desejar-lhe o melhor, olhar por ela, tratá-la de forma excepcional, dar-lhe o melhor de nós mesmos. O que inicialmente atrai é a aparência física, a beleza, que logo se torna psicológica e espiritual. Em geral, podemos afirmar que o amor baseado e centrado na beleza física costuma ter um mau prognóstico. Com ele não se chega muito longe; por isso, no enamoramento, o sentimento essencial é «Necessito de ti», «És para mim fundamento de vida», «És o meu projecto». Dito em termos coloquiais: «És a minha vida». Maurice Blondel define assim o amor: «L’amour est par excellence ce qui fait être», «o amor é antes de mais aquilo que faz ser».
O que o homem necessita na vida é amor, amar e ser amado. A felicidade não é possível sem o amor. Amar outra pessoa é querer a sua liberdade, que se aproxime o mais possível dela, quer dizer, do bem. Essa é a sua grande meta. Ajudar a outra pessoa a transcender-se, ajudá-la a exteriorizar tudo, a que esteja contente e feliz com a sua existência.
Enrique RojasO Homem light
Coimbra, Gráfica de Coimbra, 1994
(excerto adaptado)
"O amor é composto de uma única alma habitando dois corpos" (Aristóteles)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O triste envelhecimento das nações

Postado no blog do Prof. Felipe Aquino:

Vivemos hoje um falso humanismo, porque é um humanismo sem Deus, egoista, que só protege o homem já nascido e saudável e que elimina o fraco e impede a vida de existir; uma de suas piores consequencias está no triste envelhecimento das nações, como se pode ver nas noticias recentes colocadas abaixo. É dever dos casais cristãos que se amam, ter todos os filhos que puder educar. Deus e a humanidade agradecem.


Cuba está envelhecendo


HAVANA, 2006-11-03 (ACI).- O jornal oficial Granma publicou um artigo que reconhece a diminuição acelerada da natalidade e o conseguinte envelhecimento populacional como os fenômenos mais preocupantes pelos que atravessa atualmente a sociedade cubana. Entretanto, as autoridades não parecem dispostas a reverter o problema. O artigo indica que há 28 anos a taxa de fecundidade do país está abaixo do nível de substituição populacional, “ao ficar menos de um filho por mulher em idade reprodutiva”.


“Isto se traduz em uma diminuição considerável do número de nascidos”, uma maior expectativa de vida – que é hoje de 77 anos – e um crescimento da quantidade de pessoas com 60 ou mais anos, enquanto a proporção de habitantes de 0 a 14 anos diminui cada vez mais.



Governo japonês não consegue recuperação da natalidade


Um Japão sem mais nenhum japonês? A idéia pode parecer surpreendente, mas, segundo os demógrafos, se a tendência atual se mantiver, a população japonesa, que atualmente é de 127 milhões de indivíduos, poderia muito bem cair para… 0 até o ano de 3000, conforme lembra o mais recente número do boletim mensal do Instituto Nacional de Estudos Demográficos, francês. Este exercício de previsão ressalta que, no arquipélago nipônico, 22,1% da população têm mais de 65 anos e que a taxa de fecundidade se situava em 1,34 filho por mulher em 2007. Com isso, o Japão poderia passar aquém da barra dos 100 milhões de habitantes daqui até 2050, e aquém da barra dos 50 milhões de habitantes daqui até o final do século.


O distrito de Kita, situado na região de Tóquio, passou a outorgar uma ajuda mensal de 300.000 ienes (R$ 7.224) aos casais que têm um filho.


(http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2008/10/24/ult580u3388.jhtm - Philippe Mesmer, Correspondente em Tóquio)


Cânon lança medidas urgentes para que empregados japoneses tenham mais filhos


TÓQUIO, 29/01/2009 (ACI).- Cânon, um dos maiores fabricantes de artefatos eletrônicos do mundo, reduziu o horário de trabalho de seus empregados japoneses com um só objetivo: que tenham mais filhos. Ante a crise de população que atravessa o Japão, com uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo e uma população cada vez mais velha, duas vezes por semana, a Cânon reduziu a jornada de trabalho de seus empregados – em um país onde o comum é trabalhar 12 horas diárias – e os envia a casa às 17:30 hs.


Hiroshi Yoshinaga, porta-voz de Cânon, informou ao CNN que a empresa tem um programa muito forte para alentar os nascimentos e “enviar aos trabalhadores cedo a casa para que estejam com suas famílias”.


Segundo o Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-estar, a taxa de natalidade japonesa é de 1.34, muito por debaixo de 2.1 necessário para que a população não diminua progressivamente.



Paises pagam para os casais terem mais fillhos

Casais recebem para ter filhos



O jornal portugues “PortugalDiário” publicou em seu site, em 08 jan 07, dados interessantes sobre os subsídios que os governos europeus estão dando aos casais para incentivá-los a ter mais filhos. Mas fica aqui desde já a pergunta: Será que o dinheiro será capaz de conseguir o que o amor dos pais não conseguiram?


Vários paises europeus com baixa natalidade estão dando subsídios de nascimento, abonos, compensação para os pais que queiram deixar o emprego, licenças de maternidade e ajudas na educação, entre outras. Em Portugal nascem cada vez menos bebês.



Alemanha - o Governo alemão decidiu atribuir um subsídio, que pode chegar aos 25 mil euros, porque nas últimas décadas, as taxas de nascimento na Alemanha caíram a um ponto que autoridades consideram «alarmante». A taxa de fertilidade média é de 1,37 filho por casal. A legislação previa que pais que decidissem ter filhos podiam receber até 7,2 mil euros por um período máximo de dois anos. A partir de 1 de Janeiro 2008, com a entrada em vigor da nova lei, podem receber até dois terços do salário durante um ano, no valor máximo de 25,2 mil euros.



A França anunciou recentemente um pacote de medidas para conciliar a maternidade com a vida profissional e estimular as mulheres a terem um terceiro filho. As francesas que derem à luz um terceiro filho poderão usufruir, se assim desejarem, de uma licença de maternidade mais curta (de três anos para um) mas mais bem remunerada, com cerca de 750 euros por mês.

A estas medidas somam-se auxílios mais elevados para as despesas com as crianças, creches gratuitas, descontos em restaurantes, supermercados, cinemas e transportes públicos e ainda actividades extra-escolares a preços reduzidos.

O regime de Segurança Social francês prevê vários subsídios para as famílias, entre os quais o de nascimento (830 euros), o de base (166 euros por mês, até aos três anos) e o de início de aulas para os agregados desfavorecidos - 265 euros. Além disso, há também benefícios fiscais para os casais com filhos. Atualmente, a França tem uma taxa de natalidade de 1,9 filho por mulher e é, depois da Irlanda, o país da Comunidade Europeia com os melhores índices.



Na Suécia considerado pela ONU como «o melhor lugar do mundo para ter filhos», um dos pais pode ficar em casa por um ano com 80 por cento do ordenado. A assistência pré-natal é gratuita e há uma rede de creches privadas de preços controlados.


Em países nórdicos como Suécia, Dinamarca e Noruega há ainda uma compensação estatal, caso um dos pais decida desempregar-se ou sub-empregar-se para ficar em casa com os filhos.



Na Espanha, os pais têm direito a subsídio de risco na gravidez, abono de família que aumenta a partir do segundo filho e subsídio de nascimento para o terceiro filho e seguintes.


Em Portugal, o abono de família é determinado em função dos rendimentos, não sendo atribuído aos agregados familiares com um rendimento superior a 1875 euros mensais. No primeiro ano o valor é maior e vai diminuindo conforme a criança fica mais velha. (Fonte: http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=759443&div_id=291



Cidades fantasmas na Espanha

Espanha quer brasileiros para repovoar “cidades-fantasma”



Famílias brasileiras com crianças estão aproveitando a oferta de benefícios feita por vilarejos da zona rural da Espanha que correm o risco de desaparecer por causa da falta de habitantes jovens.

Pelo menos 15 pequenos municípios espanhóis ofereceram ou estão oferecendo casa, emprego e até dinheiro a famílias de imigrantes para tentar repovoar suas ruas. O governo diz que pelo menos 2.648 municípios enfrentam o mesmo problema de falta de população jovem e que, por isso, ganharam o nome de “cidades-fantasmas”.
Em Lorcha, vilarejo de 735 habitantes encravado em uma montanha do leste da Espanha, as paranaenses Adelle, de 8 anos, e Camille, de 10, além de outros sete equatorianos, ajudaram a manter aberta a única escola local. Sem esses alunos imigrantes, as 24 crianças nascidas na cidade precisariam percorrer 18 km até a escola mais próxima. (08/05/2009 - 06h44 - Folha on line)


China incentiva casais a ter um segundo filho


O governo de Xangai iniciou uma campanha para convencer os casais da cidade chinesa a ter um segundo filho - num sinal de preocupação com o envelhecimento da população -, informou o jornal “China Daily”. No país, há uma política de controle de natalidade, que proíbe casais de ter mais de uma criança.


“Nós defendemos que os casais elegíveis tenham dois filhos porque isso pode ajudar a proporção de idosos e aliviar a falta de mão de obra no futuro”, disse ao “China Daily” Xie Lingli, chefe da Comissão de Planejamento Familiar da cidade.


Voluntários e agentes de planejamento familiar visitarão residências para distribuir livretos de promoção da campanha e para dar aconselhamento financeiro e psicológico.


A mudança na política de Xangai - maior cidade da China e centro financeiro do país - marca a primeira vez em várias décadas em que a procriação é estimulada pelas autoridades.


“O envelhecimento da população pressionará a geração mais jovem e a sociedade. Temos que encontrar a maneira de resolver o problema”, disse Xie.


A população de Xangai com mais de 60 anos de idade já passou dos 3 milhões - ou mais de 20% dos moradores. A proporção deve crescer para quase 35% nos próximos dez anos, quando as crianças nascidas no “baby boom” promovido pelo ex-líder chinês Mao Tse-tung terão chegado àquela idade. (Fonte: São Paulo, sábado, 25 de julho de 2009).



Espanha ingressará na era glacial populacional em 2050


MADRI, 10 Jun. 07 (ACI) .- A Espanha está imersa em um “inverno demográfico” sem precedentes e as projeções futuras refletem um envelhecimento populacional ainda mais acelerado não compensado pela ínfima natalidade espanhola, assinalou o Instituto de Política Familiar (IPF) que anuncia que para 2050 este país será “a nação européia com a pior relação aposentados-população ativa”.


Segundo o instituto familiar, na metade deste século, na Espanha, “a cada três pessoas ativas, duas estarão aposentadas”. Desta maneira, acrescenta, o país superará o resto dos países europeus onde a cada duas pessoas ativas haverá uma aposentada. O presidente do IPF, Eduardo Hertfelder, explica que os indicadores atuais indicam “sérios problemas estruturais”: enquanto que a quantidade de pessoas maiores de 65 anos alcança os 7.3 milhões, os jovens menores de 14 anos são apenas 6.2 milhões, quer dizer, existe uma diferença de 1.100.000 pessoas.


União Européia terá mais mortes do que nascimentos



Enquanto endurece as restrições à entrada de imigrantes, a Europa vê o crescimento de sua população caminhar rumo à estagnação. De acordo com um estudo divulgado ontem, em sete anos, o número de mortes nos 27 países da União Européia passará o de nascimentos.


Isso significa que, a partir de 2015, a imigração passará a ser o único fator de crescimento populacional do bloco, indica a projeção do Eurostat, o escritório de estatísticas da UE. Uma das previsões mais surpreendentes é sobre o encolhimento da Alemanha, que até 2060 terá quase 12 milhões de pessoas a menos do que hoje, perdendo a posição de maior população do bloco para o Reino Unido.


O estudo confirma ainda que o envelhecimento da população européia observado nas últimas três décadas continuará, com inevitáveis conseqüências sociais. Especialistas alertam há anos para a “bomba-relógio” que isso representa para os sistemas previdenciários. A persistir a tendência atual, em 2060 haverá na Europa apenas dois trabalhadores para cada aposentado, metade da proporção registrada hoje.


A previsão do Eurostat é de que a porcentagem atual de pessoas acima de 65 anos, de 17,1%, quase dobrará até 2060, chegando a 30%. A população com mais de 80 anos praticamente triplicará no mesmo período, passando de 22 milhões (4,4%) para 61 milhões (12,1%).


Para Andres Vikat, chefe da unidade de demografia da Comissão Econômica para a Europa, órgão da ONU em Genebra, é inevitável que a busca de soluções para o encolhimento da população economicamente ativa envolva a absorção de imigrantes. Isso ainda não acontece, diz ele, porque o tema da imigração continua extremamente politizado. (Folha de SP - 27 de agosto de 2008 – Marcelo Ninio)


Província russa tem feriado para casais procriarem


O governador da província russa de Ulyanovsk, Sergei Morozov, decretou a data de hoje (12/09) “Dia da Concepção”. A idéia é incentivar os casais dessa região da Rússia Ocidental a tirarem o dia livre para fazer sexo. Sob o slogan “Dê à luz um patriota”, a campanha agracia casais que tiverem filhos exatamente no 12 de junho com brindes como televisores, máquinas de lavar, geladeiras e - o grande prêmio da última competição - o jipe UAZ-Patriot, de fabricação russa, que é oferecido a um casal eleito por uma comissão.


Desde o colapso da União Soviética, em 1991, a Rússia vê sua população diminuir drasticamente, com um declínio médio de 700 mil habitantes por ano, devendo chegar a pouco mais de 100 milhões de habitantes dentro dos próximos 40 anos. Para o cientista político Christian Lohbauer, as mulheres entraram em um regime de competição de mercado, onde não há espaço para criar muitos filhos.


Com uma taxa de natalidade de 11,03 nascidos vivos por mil habitantes, menor que a taxa de mortalidade de 16,06 mortes por mil habitantes, a Rússia registra crescimento populacional negativo de -0.47% (estimativa para 2008 do CIA World Factbook).
Tal situação levou o presidente Vladimir Putin a estabelecer em 2006 um plano para reduzir a queda da taxa de natalidade dentro de dez anos. O principal instrumento é oferecer incentivos financeiros para encorajar as mulheres a terem filhos - principalmente mais de um.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/09/12/ult5772u802.jhtm



Número de velhos ultrapassa o de crianças



A revista Veja (n. 2031 - 24 out 2007- Diogo Schelp - Vadim Ghirda/AP) mostrou o dramático impacto econômico e cultural do envelhecimento da população e da falta de bebês nos países ricos. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Política Familiar, sediado na Espanha, pela primeira vez na história o número de europeus com mais de 65 anos ultrapassou o de menores de 14 anos. A média européia é de 1,37 filho por mulher. O segundo fator é o aumento na expectativa de vida decorrente da melhoria das condições de vida e de assistência médica. Menos bebês e mais velhos é uma equação com sérias conseqüências populacionais a médio prazo. Em meados deste século, a Alemanha e a Itália terão menos habitantes que hoje. A França e a Espanha devem permanecer estáveis só se continuarem a atrair imigrantes. Do ponto de vista populacional e cultural, a Europa Ocidental estará irreconhecível em duas ou três gerações.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

COMO ENTENDER O ENSINAMENTO DA IGREJA COM RELAÇÃO AOS CONTRACEPTIVOS (uma abordagem teológica)

O presente texto é baseado no artigo publicado na revista “Communio - International Catholic Review” de autoria de David S. Crawford e denominado “Humanae Vitae and the Perfection of Love”. Não se trata de uma tradução do artigo completo, mas sim de uma reflexão a partir daquilo que a Igreja tem como fundamento teológico a fim de esclarecer o sentido do chamado universal à santidade a que todos os fiéis estão sujeitos...

Leia o arquivo na íntegra. Faça o download no link abaixo:
Como Entender o Ensinamento da Igreja... 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nada colheremos além daquilo que plantarmos

"Nada colheremos além daquilo que plantarmos. Quem nunca passou por um momento difícil da vida? Somente nessas horas podemos medir o tamanho da nossa força interior. Viver é enfrentar obstáculos de frente. Fugir ou adiar será apenas prorrogar o sofrimento". (autor desconhecido)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Por que sofrer?

Só as experiências que temos na vida nos levam a crescer. O sofrimento é uma delas, e diga-se de antemão, uma experiência importantíssima. Sem ele não crescemos, não aprendemos a lidar com as situações difíceis que sempre acontecerão na nossa ou na vida do outro. Sempre temos alguma coisa a aprender com ele, principalmente quando percebemos que há uma possibilidade de crescermos  espiritualmente.  
  O que acontece na sociedade de hoje não pode ser levado muito em conta. Vivemos numa sociedade que repudia e renega totalmente o sofrimento. E isso gera pessoas  com personalidades cada vez mais fracas e frágeis para lidar com situações adversas. Por quê? Porque é mais fácil fugir e dobrar as costas do que encarar as dificuldades com serenidade e confiança, ainda que isso cause dor. É isso que a sociedade ensina hoje: afirmar que ninguém deve sofrer. De fato, ninguém quer sofrer. Não que nós queiramos ser masoquistas. Mas não podemos negar que o sofrimento é inerente ao ser humano, por causa de nossas imperfeições, por causa do nosso egoísmo, por causa de nosso pecado, e por causa da consequência do pecado no mundo. O pecado que eu cometo não afeta só a mim, mas a todo o universo a minha volta, embora eu não consiga perceber isso. Uma vez que o pecado entrou no mundo, toda a criação sofre a consequência dele. 
  Assim é que, por exemplo, vemos pessoas maravilhosas e boas sofrerem sem merecer tal sofrimento. Queremos uma resposta para isso e não conseguimos. Então a solução mais fácil é negar e repudiar qualquer forma de sofrimento. Por isso, aumentam os casos de tantos crimes que aos poucos a sociedade vai aceitando como se fosse uma coisa normal. Falo dos crimes contra a pessoa, por exemplo, no caso da eutanásia. Nega-se que a morte, a doença, etc. é algo que temos que encarar. Então é mais fácil "descartar" alguém que está sofrendo do que deixá-lo naquele estado "vegetativo". No fundo, no fundo, se trata de uma visão egoísta, pois quem opta por fazer isso, parente ou não, quer se livrar da carga de ter que cuidar de alguém, pois isso gera sofrimento também em quem tem que cuidar daquela pessoa. Outro caso acontece quando uma mulher engravida vítima de estupro, é mais fácil convencer a vítima e seus familiares a "descartar" a criança gerada por que isso vai "trazer mais sofrimento" para a mãe. Não se quer deixar ninguém sofrer, por isso o caminho mais fácil é convencê-la a se livrar daquilo que lhe "traz lembranças de sofrimento". Ninguém quer se dispor a apontar caminhos que ajudem a pessoa a descobrir que o sofrimento traz algo positivo, que o sofrimento é purificador, que o sofrimento sempre tem algo a nos ensinar e temos sempre algo a aprender.  
  E no caso da mãe, que ela carrega uma vida, não uma coisa qualquer, ainda que fruto de uma violência, mas uma vida que pode ser transformada numa alegria total para a mãe e que pode fazê-la enfrentar e superar qualquer trauma. 
  Mas isso a que me refiro... isso é utopia para a sociedade. É utopia porque falta o elemento básico que nos leva a superar qualquer dificuldade, tribulação, violência, sofrimento. Falta humanidade, compaixão, solidariedade, falta amor. Amor na sua profundidade e essência. Faltam pessoas que amem de verdade... pessoas que ensinem a amar, pessoas que façam outras pessoas se sentirem amadas. Pessoas que transmitam força, coragem, esperança. Que façam outras pessoas perceberem que elas podem superar as barreiras que lhe são impostas. Pessoas que façam tudo isso sem serem dotadas de "super-poderes", mas que buscam simplesmente a fonte verdadeira de toda a fonte de coragem e determinação: o amor de Deus. 
  Só o amor de Deus pode nos levar a enfrentar nossas adversidades porque o próprio Deus experimentou o nosso sofrimento: deixou-se morrer de uma maneira infâme e cruel.
  Enquanto o mundo busca uma solução rápida e imediata para o sofrimento, nós, cristãos, buscamos a resposta na cruz de Cristo. É lá que podemos encontrar a resposta para todas as nossas angústias e anseios. Não porque ela seja simplesmente um símbolo de sofrimento, mas porque ela é o símbolo de nossa esperança: a esperança e a certeza de que Deus nos criou não para as finitudes desse mundo, mas a para infinitude de vida e alegria que Ele reserva para cada um de nós. Quando aprendemos isso, já começamos a trilhar essa infinitude aqui mesmo na nossa finitude. E isso nos traz alento e alegria porque sabemos que nada... nada poderá nos separar do amor de Deus. 

"No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo" (Jo 16,33) 

Pe. Idamor